Artigo

Dieta do Paleolítico – em que consiste?

A Dieta do Paleolítico foi uma teoria inicialmente proposta pelo Dr. Loren Cordain, é atualmente um regime alimentar bastante popular e procurado. Mas afinal, em que consiste? Baseia-se na ingestão de alimentos naturais sem qualquer tipo de processamento, os quais, segundo o mesmo, o homem foi originalmente “programado” a comer.

A questão dos alimentos processados já foi abordada anteriormente no artigo “Produtos Embalados: Sim ou Não?” (ver artigo aqui: https://nutri4solutions.com/erros-que-oa-impedem-de-perder-peso-4/)

Características da dieta Paleo

Nesta dieta os alimentos que necessitam de tecnologia que os ancestrais não possuíam estão excluídos da dieta, exceto o mel.

A dieta paleo pressupõe que o funcionamento do organismo humano não se alterou ao longo de milhares de anos, baseando-se no facto de não haver evidência de mudanças nas enzimas digestivas.

Este regime alimentar assenta numa elevada ingestão de proteína animal – que, no caso do gado, tem de ser proveniente de pastagem – fibra, potássio, vitaminas, minerais antioxidantes e fitoquímicos vegetais.

Ao mesmo tempo, defende um baixo consumo de hidratos de carbono e de sódio, uma ingestão moderada a elevada de gorduras mono e polinsaturadas e uma procura de equilíbrio na absorção de ómegas 3 e 6 e na relação acidez/alcalinidade do organismo.

Alimentos Permitidos e Excluídos

Uma vez que esta dieta remete para uma Era anterior à agricultura – anterior ao cultivo de qualquer tipo de cereais – o pão e as farinhas estão abolidos deste tipo de alimentação. Os hidratos de carbono provêm das frutas e vegetais, que podem ser consumidos sem limites e são também responsáveis pelo fornecimento de cálcio, já que os laticínios também não constam do menu paleo.

Assim sendo, a Dieta do Paleolítico consiste na inclusão ou exclusão dos seguintes alimentos:

Alimentos permitidos: hortícolas e fruta da época, tubérculos (batata-doce, inhame, mandioca, batata), proteínas (carne e peixe selvagens, marisco, ovos de galinhas criadas ao ar livre), oleaginosas (amêndoas, cajus, nozes), sementes, gorduras (azeite).

Alimentos a evitar: cereais (trigo, arroz, centeio, aveia, etc.), leguminosas (feijão, grão, lentilhas, etc.), laticínios (leite, iogurte, queijo, natas), gorduras (óleos, margarinas vegetais) e outros produtos processados.

Alimentos Permitidos na Dieta Paleo

O principal destaque é a eliminação de alimentos que foram processados, incluindo cereais (arroz, massa, etc)

Adequação Nutricional

Em termos nutricionais, o consumo calórico proveniente da carne é elevado, representando cerca de 30-50% da ingestão, sendo o restante obtido através das sementes, frutos oleaginosos, fruta, vegetais, entre outros.

Pode portanto afirmar-se que neste padrão alimentar privilegia-se a ingestão de gorduras monoinsaturadas (azeite) e polinsaturadas (peixes gordos e frutos oleaginosos), como ómega-3 e 6, de forma moderada a elevada. Já a ingestão de hidratos de carbono (HC) e de sódio revela-se baixa, incluindo essencialmente HC de baixo índice glicémico (fruta e vegetais baixos em amido) e bastante fibra.

Benefícios

Relativamente aos benefícios, a Dieta do Paleolítico contribui para uma melhoria do perfil lipídico sanguíneo, uma melhor tolerância à glicose, promove maior saciedade e permite minimizar o risco de alergias, diabetes, artrite reumatoide, doença cardiovascular e cancro. Tendo em conta a sua composição é também apropriada para intolerantes à lactose e ao glúten.

As desvantagens prendem-se com o cansaço que a ausência de hidratos de carbono pode provocar, com a monotonia alimentar (quatro dos sete grupos da roda dos alimentos estão ausentes) e com a dificuldade na sua adaptação à vida moderna – mesmo os praticantes regulares de exercício físico não gastam diariamente tanta energia como o homem do paleolítico. Assim, a prática do desporto e um mínimo de oito horas de sono diárias são recomendadas.

Contudo, é importante salientar que se trata de uma alimentação bastante restritiva, o que dificulta adesão deste padrão alimentar por muitos que não dispensam determinados alimentos. Para além disso, a inexistência de quantidades definidas, os alimentos pouco práticos e o elevado custo associado podem limitar a sua continuidade a longo prazo.

Em jeito de conclusão, em qualquer padrão alimentar o mais importante será sempre o nível de adesão à dieta. Portanto, independentemente do padrão alimentar que escolher seguir, opte por um que seja adequado ao seu quotidiano, prazeroso e, acima de tudo, adequado às necessidades nutricionais individuais.